CrossFit: o capitalismo formatado ao físico

  Um Negócio Sem Alma

        É fato que todos que procuram a pratica de alguma atividade física são movidos por algum objetivo, seja ele de curto, médio ou longo prazo, como o controle de peso, combate à alguma doença ou a promoção de um bem-estar geral. É certo dizer, portanto, que ninguém procura se exercitar em busca de malefícios e que, consequentemente, nenhuma modalidade traz prejuízo quando bem praticada. Mas, ao tratarmos de CrossFit, essa afirmação acaba não se verificando verdadeira. 
"O CrossFit é promovido como uma filosofia de exercício físico e um esporte competitivo, incorporando elementos de treinamento intervalado de alta intensidade, levantamento de peso olímpico, pliometria, levantamento de peso, ginástica, levantamento de kettlebell, calistenia, atleta de força e outros exercícios". Sua própria definição da Wikipédia denuncia o seu maior problema. O CrossFit tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo e acaba não fazendo nenhuma delas direito, aparentando incluir inúmeras práticas às suas rotinas para agradar e atingir o maior público possível, não possuindo nenhum histórico expressivo de praticantes que lhe atribua qualquer confiabilidade.
        Mas isso não é sem motivo. O crossfit não é apenas uma modalidade, como também uma franquia de academias CRIADA por Greg Glassman e Lauren Jenai. Ou seja, assim como todo negócio tem por finalidade o LUCRO, ele independe de ética de treinamento ou qualquer baboseira que outros esportes consolidadamente seguros e efetivos possuem, assim tendo como única preocupação a adesão de novos filiados à empresa. Este contexto acaba condicionando-o como uma maneira simples e alegórica de se vender um produto vazio, sem qualquer filosofia séria e tradicional de treinamento que outras praticas possuem, como a calistenia (defendida por Sócrates)  e a musculação (defendida por Mike Mentzer). 
        Sócrates argumentava em favor da calistenia para o alcance da "unidade harmônica", a combinação de beleza, força e saúde em aspectos físicos e intelectuais. Mike Mentzer, escritor do icônico Heavy Duty, assim como Arnold, Franco Columbu e outros fisiculturistas contemporâneos, defendia o contínuo treinamento inteligente da musculação, onde o movimento não deveria ser simplesmente executado para se atingir os resultados, mas compreendido em sua essência na maneira como cada parte do corpo entrava em sintonia para realizá-lo. O CrossFit, entretanto, é apenas defendido por aqueles que se beneficiam com a sua capitalização e pelas vítimas suficientemente ignorantes desta capitalização. 







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